A produção de mudas de videira é uma etapa estratégica para a vitivinicultura. A escolha correta do material propagativo impacta diretamente a sanidade, longevidade e produtividade dos vinhedos. Neste contexto, o Viveiros Molon – Mudas de Videira, localizado em Flores da Cunha (RS), compartilha sua experiência de mais de duas décadas atendendo vitivinicultores de diferentes regiões do Brasil.

Fundado por Roberto Molon após vivenciar dificuldades com mudas importadas, o viveiro tornou-se referência nacional ao apostar na produção local com técnicas adaptadas ao clima brasileiro. Atualmente, é gerido em conjunto por Morgana Molon (responsável técnica), Maiara Molon (marketing e vendas) e Tiago Molon (engenheiro agrônomo).

A experiência prática e a produção adaptada à realidade brasileira tornaram o viveiro uma referência nacional. “A muda que produzimos aqui apresenta uma qualidade muito competitiva, inclusive frente aos viveiros europeus”, garante Roberto Molon.

A empresa produz cerca de 300 mil mudas por ano, atendendo tanto reposições quanto formações iniciais de parreirais. Um dos pontos abordados com frequência pela equipe é a adaptação ao clima local, que pode influenciar diretamente o desempenho das plantas.

“A muda feita no mesmo clima que é plantado, ela se desenvolve melhor. Uma muda feita em clima diferente vai precisar de dois a três anos para se adaptar com o clima”, observa Morgana Molon, reforçando a vantagem de adquirir mudas produzidas no Brasil.

Evolução

No início dos anos 2000, o portfólio do viveiro incluía variedades como Bordô, Niágara branca, Niágara rosa e Isabel, voltadas ao consumo in natura. Nos últimos cinco anos, a demanda crescente por qualidade e vinhos finos impulsionou a entrada do Viveiros Molon no mercado de viníferas, com destaque para Moscato branco, Chardonnay e Lorena.

“Hoje, o que a gente mais produz em quantidade são as niágaras e a bordô, mas as viníferas vêm crescendo. Estamos acompanhando uma exigência do mercado de produtores brasileiros, que iniciou uma produção de maior qualidade de vinhos e espumantes”, explica a responsável técnica.

Além da produção, a empresa também se destaca pelo acompanhamento próximo aos produtores, oferecendo orientações realistas sobre os desafios do cultivo. Isso inclui aconselhamento especialmente a novos produtores, que desejam iniciar a produção pelo cultivo de viníferas.

“Tu tem que aprender devagar, ir aprendendo no processo. Quando tu souber bem o que está fazendo, tu pode entrar nas variedades complicadas”, pondera Roberto Molon. Segundo ele, a empresa já enfrentou perdas significativas e, com isso, passou a reforçar a importância de respeitar o processo e o tempo de aprendizado.

Planejamento

Para garantir a disponibilidade de mudas, o viveiro recomenda que os pedidos sejam feitos com pelo menos 6 meses a 1 ano de antecedência, principalmente nos meses que antecedem outubro, quando se encerra o prazo ideal de reserva.

“Este ano, muita gente que estava acostumada a pegar muda na hora ficou sem. E aí a gente recomenda para adiantar o pedido, pois é um parreiral que vai produzir por 10, 20 anos”, reforça Morgana.

A empresa também destaca a importância de uma relação baseada na honestidade com os produtores. “Pra tu sempre ter sucesso, o primeiro é não enganar os outros. Se a pessoa vem aqui para fazer algo errado, eu explico, eu ensino, ser honesto para ele não tomar prejuízo”, afirma Roberto Molon.

Referência no setor

Com presença em diversas regiões do Brasil e clientes que lidam com realidades climáticas e de solo distintas, o Viveiros Molon atua como fonte confiável de orientação técnica, contribuindo para a expansão e qualificação da vitivinicultura brasileira. A produção é realizada com rastreabilidade, análise fitossanitária e foco na entrega de mudas com alto padrão de sanidade, inclusive com gemas limpas e controle de vírus.

“As mudas que fazemos, elas pegam em qualquer lugar do país. Elas produzem bem, adaptando o manejo deles”, conclui Morgana.