
A Wine Paris 2026 promete ser uma das edições mais transformadoras da principal feira de vinhos da capital francesa. Marcada para 9 a 11 de fevereiro, a próxima edição trará pela primeira vez um espaço dedicado exclusivamente às bebidas sem álcool, refletindo mudanças profundas no comportamento do consumidor global e ampliando o alcance do evento para segmentos emergentes.
A promotora Vinexposium — responsável por iniciativas como Vinexpo Americas, Vinexpo Asia e Vinexpo India — está reposicionando a feira diante das transformações que atravessam toda a cadeia vitivinícola. A edição de 2025 já havia batido recordes e, em 2026, a organização espera receber ainda mais produtores, compradores, importadores, distribuidores, profissionais do setor HORECA e bartenders de 155 mercados.
Segundo o CEO da Vinexposium, Rodolphe Lameyse, o reposicionamento é estratégico. “Com a Wine Paris, a Be Spirits e agora a Be No, a Vinexposium está construindo uma oferta clara e orientada para um propósito, assentado em três pilares alinhados com a transformação contínua do setor – das bebidas alcoólicas para as bebidas sem álcool. No atual contexto económico cada vez mais complexo, o nosso papel como aliado comprometido da indústria é trazer clareza, canalizar a energia coletiva e traçar um caminho rumo a um futuro sustentável”, afirmou.
A Wine Paris 2026 se consolida como um ponto de encontro decisivo para negócios globais, tanto pela presença de grandes regiões produtoras quanto por rótulos emergentes e países que buscam ampliar sua participação no comércio internacional. Para o Brasil — que fortalece sua imagem no exterior com espumantes premiados, vinhos finos em ascensão e produção diversificada — a feira representa uma vitrine estratégica.
O diretor da Wine Paris, Nicolas Cuissard, destaca a relevância desse movimento. “O alcance global da Wine Paris se expande a cada ano, impulsionado pela chegada de novos países expositores. Essa diversidade geográfica atrai compradores importantes de todas as origens, criando uma alavanca tangível para as exportações”, afirma.
A edição de 2026 receberá mais de 6.000 expositores de 60 países, incluindo novos pavilhões nacionais e regionais da Croácia, República Tcheca, Romênia, Chipre, Turquia, Nova Zelândia, Bulgária e Alemanha — uma diversidade que reforça a feira como ambiente essencial para negociações internacionais e prospecção de mercados.
Be No: vinhos e bebidas sem álcool
A grande novidade da próxima edição é o Be No, espaço dedicado exclusivamente às bebidas sem álcool, que se tornou um evento independente dentro da feira. A criação desse ambiente B2B reflete o crescimento acelerado das categorias low e no alcohol, que registram aumento de dois dígitos no consumo mundial e atraem especialmente consumidores mais jovens.
A diretora da Be Spirits e da Be No, Audrey Marqueyssat, explica a proposta. “O Be No abraça vinhos, destilados, cervejas e bebidas prontas para consumo sem álcool – tanto bebidas desalcoolizadas quanto bebidas desenvolvidas sem fermentação – juntamente com produtos que compartilham as mesmas características, de chás gaseificados a bebidas fermentadas. Não se trata de sucos de frutas ou refrigerantes, mas de um ambiente cuidadosamente selecionado para profissionais que buscam alternativas.”
O espaço ampliará sua força internacional com pavilhões de países como Escócia, México, Japão, Estados Unidos, Irlanda e Austrália. Entre as marcas já confirmadas estão Moderato e Noughty, da Thomson & Scott, que têm liderado a inovação nesse segmento.
Tendências
A Vinexposium reforça que o modelo apresentado em Paris será replicado mundialmente. “O que estamos construindo em Paris faz parte de uma visão 360° mais ampla que implementaremos em todo o nosso portfólio de eventos. A Vinexpo Americas, a Vinexpo Asia e a Vinexpo India, por sua vez, adotarão essa segmentação. Ao nos mantermos à frente das principais mudanças do setor, nos comprometemos a apoiar o desenvolvimento internacional do segmento com parâmetros claros e uma estrutura compartilhada”, explica Lameyse.
Com a integração entre Wine Paris, Be Spirits e Be No, a feira passa a representar de forma mais ampla a realidade atual do mercado: consumidores diversificados, busca por estilo de vida equilibrado, crescimento da coquetelaria e maior presença de bebidas não alcoólicas como parte da cultura gastronômica global.
Para o setor vinícola brasileiro — que começa a observar o avanço da produção de bebidas desalcoólicas e alternativas fermentadas — o cenário europeu funciona como termômetro para novas oportunidades de negócio, exportações e inovação em portfólio.
Wine Paris 2026: por que a cadeia vinícola brasileira deve acompanhar?
- A feira se tornou um dos polos mais importantes para exportação de vinhos e espumantes.
- O espaço Be No revela tendências que devem chegar ao Brasil nos próximos anos, influenciando comportamento do consumidor, estilo de vida e portfólios de vinícolas.
- A presença de novos países amplia o networking e reforça a competitividade internacional, especialmente para vinícolas que buscam abrir mercados.
- Para produtores, cooperativas e empresas brasileiras, acompanhar a Wine Paris significa acompanhar o futuro do setor global.
Com crescimento de visitantes, ampliação da área expositiva e um ecossistema que abrange desde vinhos tradicionais até bebidas sem álcool em pleno crescimento, a Wine Paris 2026 se firma como um dos eventos mais estratégicos do calendário mundial — e um ponto de atenção direto para a cadeia vitivinícola brasileira que busca competitividade, inovação e expansão internacional.
Outras informações, no site oficial: https://wineparis.com/newfront/page/home

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