A produção e o consumo mundial de vinho registraram, em 2023, os níveis mais baixos das últimas décadas, conforme relatório divulgado pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). A produção global foi estimada em 237 milhões de hectolitros, representando uma queda de 10% em relação a 2022 e o menor volume desde 1961. Já o consumo mundial foi estimado em 221 milhões de hectolitros, uma redução de 2,6% comparado ao ano anterior, atingindo o menor patamar desde 1996.

As condições climáticas extremas, como secas, geadas e doenças fúngicas, impactaram negativamente as colheitas em diversas regiões produtoras. Na Europa, responsável por cerca de 60% da produção mundial, a produção caiu 10,6%, totalizando 144,5 milhões de hectolitros. Espanha e Itália sofreram perdas significativas devido à seca e chuvas intensas, enquanto a França registrou um aumento de 4,4% na produção, alcançando 48 milhões de hectolitros, tornando-se o maior produtor mundial em 2023.

O consumo de vinho também apresentou declínio em importantes mercados. Nos Estados Unidos, maior consumidor mundial, houve uma redução de 3%, totalizando 33,3 milhões de hectolitros. Na China, o consumo caiu 24,9%, atingindo 6,8 milhões de hectolitros, o menor volume desde 1996. O Brasil, por outro lado, apresentou um aumento no consumo, embora os números absolutos permaneçam modestos em comparação com os principais mercados.

A OIV destaca que o setor vitivinícola enfrenta uma fase de transição, marcada por desafios climáticos, mudanças nos hábitos de consumo e pressões econômicas. A organização enfatiza a importância de práticas sustentáveis, cooperação internacional e inovação para adaptar-se às novas demandas do mercado e garantir a resiliência do setor.

Para mais informações, acesse o relatório completo da OIV: State of the World Vine and Wine Sector in 2023.