Herbicidas Hormonais: Audiência pública pode acontecer em fevereiro

Impactos na vitivinicultura e outras culturas sensíveis serão debatidos na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul deve definir, já no início do retorno das atividades parlamentares, a data de uma audiência pública para debater os impactos dos herbicidas hormonais no estado. Prevista para ocorrer em fevereiro, a audiência tem como objetivo principal avaliar a extensão dos danos causados pelo uso dessas substâncias e buscar soluções conjuntas que mitiguem os prejuízos na vitivinicultura e em outras culturas agrícolas.

Nos últimos 10 anos, a deriva de herbicidas hormonais tem causado prejuízos significativos, com destaque para os danos relacionados ao 2,4-D, amplamente utilizado em lavouras de soja. Agricultores de regiões como Centro, Campanha e Fronteira Oeste relatam impactos graves, que comprometem safras, afetam a qualidade das videiras e ameaçam a sustentabilidade econômica de pequenas propriedades.

A preocupação ganhou ainda mais força em dezembro de 2024, quando o Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado (Consevitis-RS) e a Federação das Cooperativas Vinícolas do RS (Fecovinho) lançaram a Carta de Jaguari. Assinado por 24 entidades, o documento alerta para os efeitos negativos da deriva de herbicidas hormonais e reivindica fiscalização rigorosa, treinamento especializado e ações urgentes para conter o problema.

A audiência pública, liderada pelo deputado Elton Weber (PSB), terá a participação de representantes de vinícolas, produtores rurais, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública, secretarias estaduais, federações agrícolas e entidades ligadas à vitivinicultura.

Para o parlamentar, a discussão precisa envolver todos os setores, incluindo a indústria de defensivos. “Queremos discutir esse assunto o mais breve possível. Não se trata de produtor contra produtor, mas sim, especialmente, de responsabilizar quem fabrica o produto. Esse problema não pode ser apenas do agricultor, seja ele produtor de frutas ou de outras atividades. A indústria, e isso deixaremos claro, precisa solucionar o problema, juntamente com as estruturas de governo, que têm essa função.”, afirmou.

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