Garantir que as mudas de videira tenham qualidade e origem rastreável passa a ser uma realidade no Brasil. Esse é o resultado de uma construção de mais de uma década, que agora culmina no lançamento do Programa de Qualidade de Mudas Apassul, uma iniciativa inédita para o setor vitivinícola nacional. O marco será oficialmente apresentado durante o 4º Encontro para Capacitação de Viveiristas de Videira, que acontece nos dias 23 e 24 de abril de 2025, em Bento Gonçalves (RS).
A realização é da Embrapa Uva e Vinho e da Apassul, reunindo viveiristas, técnicos, pesquisadores e profissionais da cadeia produtiva em torno de um tema crucial para o futuro da viticultura brasileira: a qualidade das mudas.
O diferencial do programa de qualidade Apassul está na implantação de um sistema de autorregulação, coordenado pela Apassul, baseado em protocolos técnicos desenvolvidos pela Embrapa e inspirado em modelos internacionais. A partir da safra 2025/2026, mudas vistoriadas e avaliadas receberão selos de qualidade em três categorias: premium, superior e standard.
“É uma entrega histórica ao setor produtivo. Pela primeira vez, os viticultores terão acesso a mudas classificadas com base em inspeções técnicas e análises laboratoriais, e não mais apenas pela palavra do viveirista”, explica Daniel Grohs, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e um dos coordenadores do programa.
Além de reconhecer e valorizar viveiristas que investem em tecnologia, o programa oferece ao produtor rural a oportunidade de conhecer os riscos e as garantias de cada muda adquirida, fortalecendo a segurança na hora de investir no vinhedo.
A iniciativa surge num contexto em que a viticultura nacional busca modernizar processos e minimizar prejuízos causados por mudas sem controle de qualidade, muitas vezes associadas a doenças de tronco, vírus e outros fatores que comprometem a produtividade e longevidade dos vinhedos.
“O mercado exige hoje rastreabilidade e transparência. E mais do que isso: a muda passou a ser reconhecida como um insumo estratégico, com peso no custo e no sucesso da implantação de vinhedos. O viticultor precisa saber o que está levando para sua propriedade”, alerta Grohs.
Além de apresentar o novo programa de qualidade, o encontro abordará temas técnicos essenciais, como legislação atualizada, manejo fitossanitário, pragas emergentes e doenças associadas às mudas. “Esse é um evento focado ao tema qualidade mudas de videira, não há similar no Brasil, representando um momento de atualização em temas diversos”, comenta Grohs. O público esperado envolve viveiristas de diversos estados, técnicos de assistência e extensão rural, além de representantes de instituições de pesquisa.
Para o analista da Embrapa, o evento tem papel estratégico para consolidar um ambiente de cooperação. “O setor produtivo é o nosso maior fiscal. Quando extensionistas e viticultores dominam os critérios de qualidade, passam a cobrar dos viveiristas um padrão mais elevado”, afirma.
Outro destaque do encontro será a apresentação do programa para viveiristas que não fazem parte da Apassul. Hoje, fazem parte desse programa oito viveiristas do Rio Grande do Sul e três de Santa Catarina em uma iniciativa piloto. “Os viveiristas participantes do curso terão a oportunidade de conhecer em primeira mão os fundamentos que consolidaram esse programa e, futuramente, quando houver sua ampliação, já terem noção do que se trata”, finaliza Grohs.
Inscrições abertas
O evento é aberto a viveiristas, técnicos, produtores e profissionais ligados à cadeia da viticultura e já está com inscrições abertas.
Público geral: Clique aqui!
Associados Apassul ou Licenciados Embrapa: Clique aqui!
O valor da inscrição é de R$ 100,00, com desconto de 50% para viveiristas associados à Apassul ou licenciados da Embrapa. O curso inclui o almoço do dia 23 de abril.
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