Doenças reumáticas acometem um quinto da população mundial

Atualmente, cerca de um quinto da população mundial com mais de 50 anos sofre com alguma patologia reumática. A maior incidência é verificada em pessoas adultas e, principalmente, nas mulheres. Entre as mais comuns estão a artrose, também chamada de osteoartrose; e a artrite. Tais patologias estão entre as causas mais frequentes de incapacidade para o trabalho no Brasil.

Conforme a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2013 foram diagnosticados 9.382 mil novos casos de artrite ou reumatismo no país. Destes, 6.986 são mulheres e 2.396 são homens. Em um artigo sobre o assunto, o reumatologista Wagner Weidebach (CRM- 51.705), do Hospital Sírio Libanês, em
São Paulo, explica que artrose não é uma doença, mas, sim, o desgaste da cartilagem
que reveste nossas articulações ou juntas, um processo natural do envelhecimento. Já a artrite é uma doença e caracteriza-se pela inflamação da articulação, podendo
acometer qualquer indivíduo quando submetido a esforços intensos ou, mesmo, traumáticos.

Artrite
Uma das formas em que o reumatismo se apresenta é a artrite, que se caracteriza por
uma inflamação nas articulações. O tipo mais comum é chamado de artrite reumatoide,
cujos sintomas e sintomas clínicos se apresentam como dor e inchaço nas articulações
e dificuldade para realizar movimentos.

Tratamento
Em geral, o tratamento para artrite procura aliviar os sintomas e melhorar a condição
de vida do indivíduo, já que o desgaste articular não pode ser totalmente revertido. O
processo é feito à base de medicamentos, como analgésicos, anti-inflamatórios e imunossupressores, além de fisioterapia e exercícios, mas, em alguns casos, pode-se recorrer à cirurgia.

Cuidados básicos
Assim como em qualquer outro tipo de reumatismo, onde as articulações são prejudicadas
por inflamações ou desgastes, quem sofre com artrite deve estar sempre atento ao peso
corporal, pois o sobrepeso afeta diretamente as articulações. Além disso, atividades físicas
que exijam muito do organismo e, consequentemente, das articulações, devem ser feitas
sempre com o acompanhamento de um profissional da área. No primeiro sinal de dor,
converse com seu orientador e, se necessário, procure um especialista. Quanto antes o
problema for detectado, maiores são as chances de obter resultados positivos com o
tratamento.
Artrose
A osteoartrose (artrose) se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas. Ela pode acometer qualquer articulação que tenha cartilagem, porém, na maioria
dos casos a doença ataca as articulações das mãos, joelho, quadril e coluna. Embora seja associada à velhice, a artrose tem início com o pico de desenvolvimento osteoarticular
(em torno dos 28 anos). A partir de então, começa um lento, astucioso e, inicialmente, assintomático processo de desgaste, desidratação e afilamento da cartilagem. Nas mulheres, geralmente o agravamento do quadro ocorre após a menopausa. Os homens também têm artrose. Porém, o processo costuma ser mais lento, exceto naqueles onde a herança genética favorece um processo mais acentuado.

As causas
As causas, muitas vezes, são genéticas, mas no caso da artrose também estão ligadas ao envelhecimento e a movimentos repetitivos ou incorretos. Além da idade, outros fatores
contribuem para o aparecimento das artroses, entre eles obesidade, diabetes, hipotireoidismo, etc. O reumatologista Wagner Weidebach esclarece em seu artigo que o desgaste da cartilagem entre as articulações acontece porque as células formadoras do tecido cartilaginoso, chamadas de condrócitos, não se regeneram. “Assim, uma vez destruídos, não há peças sobressalentes para reparar a cartilagem. Além disso, a cartilagem
articular não é vascularizada. Ou seja, não recebe seus nutrientes por meio de vasos sanguíneos, mas se nutre apenas por embebição (como uma esponja) a partir do osso situado logo abaixo da cartilagem, o chamado osso subcondral”, cita.

Contudo, o médico destaca que apesar de ser um fenômeno comum, não é igual para todos. “Há quem apresente artrose mais precocemente; algumas pessoas apresentam nas mãos,
outras nos joelhos (em função de excesso de peso ou de joelhos em valgo – em xis – ou varo – pernas tortas), nos quadris ou na coluna (bicos de papagaio)”. Em estágios mais avançados, esses problemas reumáticos comprometem a função das mãos e de outros membros. Para alguns indivíduos, realizar atividades simples e corriqueiras, como abrir um pote ou torcer uma peça de roupa, por exemplo, pode ser praticamente impossível.

Tratamento
Como ainda não descobriram como regenerar o tecido cartilaginoso, o tratamento dos sintomas da artrose é feito com analgésicos (sempre) e anti-inflamatórios (somente nas crises). “A medicação, no entanto, é apenas uma pequena parte do tratamento. Perder
peso, fortalecer globalmente a musculatura, utilizar técnicas de fisioterapia, como a hidroterapia, associar acupuntura como aliada no combate a dor são algumas das medidas que podem melhorar muito os sintomas da artrose”, alerta o reumatologista.

Sinais de alerta
Algumas condições aumentam a carga sobre o corpo e são considerados fatores de risco para a osteoartrose:
– obesidade;
– deformidades (joelho torto, para fora ou para dentro);
– excesso de peso que gera carga no joelho, quadril, coluna e pés;
– postura incorreta, quando a pessoa fi ca muito torta ou exerce
uma função repetitiva por horas seguidas;
– passar muitas horas sentado;
– carregar peso só de um lado do corpo.

Fontes: Ministério da Saúde, Hospital Sírio Libanês – Dr. Reumatologista Wagner Weidebach, Sociedade Brasileira de Reumatologia e site www.artrose.com.br.

 

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